Lahesio Bonfim (Novo) está inflado pela polarização que agora faz parte do eleitorado brasileiro e pelos resíduos da boa performance na última eleição ao Governo do Estado. O resto é “impulsionamento” não orgânico de mídia para turbinar opinião pública favorável a ele.
Não há como negar a votação do médico Lahesio Bonfim, em 2022, com 857 mil votos à frente de Weverton Rocha (PDT), que sonhava ser o principal adversário do governador Carlos Brandão na disputa, mas despencou para o terceiro lugar com 714.352 votos.
Pesquisas eleitorais são um retrato do momento. No início de julho, a Econométrica trouxe o prefeito Eduardo Braide (PSD) com 30,6% dos votos, Lahesio Bonfim com 20,7% e Orleans Brandão com 22, 4%. Ou seja, o resultado é praticamente um empate técnico de Lahesio com Orleans, que ainda tem muito chão pela frente e era, até outro dia, um ilustre desconhecido do eleitorado, despontando hoje como a principal revelação das preferências populares.
Bolsonarista de carteirinha, subiu nas pesquisas nas últimas eleições ao Governo estadual por ter, espertamente, “escondido” Bolsonaro na reta final de sua campanha.
Ao responder sobre sua afinidade com o então presidente, em uma entrevista à época, na Mirante AM, saiu pela tangente e afirmou que era apenas um eleitor e que respeitava quem preferia votar em Lula ou Ciro. O resultado final apontou que o petista só perdeu na cidade do próprio Lahesio Bonfim, São Pedro dos Crentes, em Imperatriz e Açailândia, obtendo no 2º turno, 71,14% dos votos contra 28,86% de Bolsonaro no Maranhão.
Sem estrutura de campanha ao Governo do Estado, em um Maranhão enorme, com 217 municípios, e ainda mais agora sem a força do discurso pró-Bolsonaro que vive dias difíceis no atual cenário político brasileiro, Lahesio divide sua agenda entre cirurgias e visitas a Imperatriz onde o eco bolsonarista ainda é alto.
Contra seu apregoado êxito nas urnas, existe ainda a história das eleições maranhenses: José Reinaldo era vice-governador, foi eleito, em 2022, na própria cadeira de governador do Estado e, sem se levantar, ficando até o fim do mandato, viabilizou a eleição de Jackson Lago ao Governo.
Em 2010, Roseana ficou até o fim do mandato e só não elegeu Luis Fernando Silva ao Governo, porque o próprio decidiu não disputar a eleição de governador sem estar sentado na cadeira de governador com era o acordo. Flávio Dino foi eleito duas vezes e teve seu vice-governador, Carlos Brandão, eleito. Brandão, por sua vez, já anuncia a permanência até 31 de dezembro de 2026.