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Vereadora de São Luís pede afastamento de colega acusado de assédio sexual

vereadora Silvana Noely (PTB) solicitou nesta quinta-feira, à Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal de São Luís, o afastamento temporário do cargo do vereador Domingos Paz (PSB), acusado de crime de assédio sexual contra pelo menos seis mulheres, sendo uma delas uma adolescente de 14 anos.

Um inquérito policial para apurar as denúncias já foi instaurado na Delegacia de Proteção da Criança e do Adolescente (DPCA), sendo que as mesmas também foram protocoladas na Casa da Mulher Brasileira, no bairro do Jaracaty.

No requerimento, que ainda não chegou oficialmente ao colegiado, presidido pelo vereador Nato Júnior (PDT), Noely alega que, diante das denúncias, faz-se necessário o afastamento de Paz e sua imediata substituição pelo seu primeiro suplente, o professor Sá Marques (Podemos).

De acordo com ela, a medida deve valer enquanto durarem as investigações.

Domingos Paz, em discurso proferido na última segunda-feira, Domingos Paz disse que as acusações são inverídicas e figuram como uma tentativa política de corromper o seu mandato.

“São pessoas que querem antecipar o debate de 2024 para agora. Eu tenho mandato, tenho um nome. Fica aqui a minha indignação com essas pessoas que jogam baixo, atacando a família. Aqui, eu estou de cabeça erguida. As providências estão sendo tomadas”, afirmou.

Entenda o caso – Pelo menos seis mulheres, sendo uma de apenas 14 anos, afirmaram terem sido vítimas do parlamentar que, segundo elas, as assediaram sexualmente em troca de benefícios.

Em uma conversa – a qual a Polícia já teve acesso – entre o político e uma das vítimas, a ex-conselheira tutelar Gleice Salazar, por meio de um aplicativo de mensagens, Domingos Paz tenta marcar o encontro fora do expediente do trabalho:

‘Gostei muito de você, desejaria conversar novamente’, diz o político na mensagem.
Quando a vítima se dispõe a ir até o gabinete de Domingos Paz, na Câmara Municipal de São Luís, ele rebate: ‘No gabinete é muita gente. Não pode ser em um lugar reservado?’, questiona o vereador. Após ser questionado pela vítima, ele apaga as mensagens.

Gleice Salazar havia entrado em contato com o vereador para solicitar serviços de iluminação pública e tratar da falta de professores em escolas da Vila Sabiá, em São Luís.

“Ele falou assim: olha, seu corpo é muito bonito. Só que eu não estava imaginando meu corpo, eu não estava de roupa, só tinha uma parte do meu braço aparecendo, igual essa que eu estou usando. Ai ele falou assim: teu corpo é muito bonito, manda uma foto. Ai ficou claro para mim que o interesse não era na questão das escolas, da iluminação e que a minha foto, uma vez que eu não mandei, tinha se condicionado a essa situação de que para ele atender a situação das escolas e da iluminação, eu tinha que ter mandado a foto. Como eu disse que eu não iria mandar e que eu não trabalhava com isso, que eu trabalhava com papel e caneta, e aí ele fingiu que eu não existia mais e que a pauta já não era importante”, disse.

Em outra conversa, o político fala com uma adolescente de 14 anos. A mãe da menina, que acompanhou as conversas, disse que o vereador ofereceu dinheiro para sair com a filha. Em uma das mensagens, ele disse que ‘ninguém poderia saber’.

A mãe da adolescente desconfiou da atitude do vereador, mas decidiu levar a conversa a adiante. Ela chega a aceitar a proposta dele, o vereador ameaça e o político se identifica como policial civil.

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