O ex-deputado estadual Rubens Pereira, secretário de Estado de Articulação Política, em entrevista ao programa Expediente Final, do Sistema Difusora de Comunicação, na noite desta última sexta-feira, 27, revelou o motivo da crise entre os chamados campos brandonista, liderado pelo governador Carlos Brandão (PSB), e dinista, do ex-governador e atual ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino.
De acordo com ele (veja vídeo no fim do texto), as tratativas para a sucessão do socialista, em 2026, estavam ocorrendo de forma amistosa e em ritmo considerável e acabaram sendo interrompidas porque aliados de Dino não aceitaram que Brandão indicasse um nome para compor, na condição de candidato a vice-governador, uma chapa que seria encabeçada pelo atual vice-governador Felipe Camarão (PT).
“Chegou momentos de estar bem avançado, e o ponto que deu assim uma estancada, os diálogos estavam vindo bem promissores e quando chegou o momento de composição de chapa e o governador Carlos Brandão queria indicar o vice, foi quando ele recebeu o não dizendo que não aceitavam o governador indicar o vice. Isso aí foi onde estancou todas as negociações. Todos os outros pontos estavam avançando bem, mas o governador chegou e disse: “para nós compormos a gente tem que fazer parte da chapa, vamos indicar o vice”. E aí os interlocutores chegaram e disseram que não aceitavam o governador indicar o vice e desse dia para cá a gente parou. Eu acho que não aceitaram o governador indicar o vice porque avaliavam que o governador estava com a imagem negativa, hoje estão começando a ver que o governador não estava com a imagem negativa, está com um governo muito aprovado. E começou surgir naturalmente e começaram a jogar o nome do Orleans e hoje posso dizer que o Orleans é um nome que está na boca das pessoas”, disse.
O deputado federal Márcio Jerry, presidente do PC do B e espécie de porta-voz de Dino, assim como o próprio Camarão, reagiram indignados à fala do auxiliar do governador.
“A alegação do secretário Rubens Pereira para o rompimento do governador Carlos Brandão com seu vice Felipe Camarão e parte expressivíssima do grupo que o elegeu é tão absurda que de cara se apresenta como inverossímil. Ou como diz um amigo de Matões, “é menas verdade”. Ou na linguagem atual , é “fake news”. Que coisa !”, pontuou o comunista.
“Soube de um estranho pronunciamento de membro do governo estadual apontando uma suposta “indicação de nome de vice” para chapa de 2026 como causa para rompimento de acordo ou de divisão do grupo que venceu as eleições no Maranhão em 14, 18 e 2022. Trata-se de algo estranho e INEXISTENTE porque nunca houve qualquer diálogo entre o governador Carlos Brandão comigo ou com esse time vitorioso sobre o tema. Por óbvio, seguimos sempre abertos ao diálogo. Política é saliva, é construção de pontes e não de muros, e é feita de propósitos similares. Sempre que houver identidade de objetivos, um time pode e deve seguir unido”, disse o vice-governador.