A promotora de Justiça da Defesa do Consumidor, Litia Cavalcanti, em entrevista coletiva concedida ontem, citou um esquema milionário envolvendo o serviço de ferry-boat realizado para fazer travessia entre São Luís e a Baixada Maranhense – e vice-versa.
Ela e outros oito promotores de Justiça, de cidades situadas na região da Baixada, acompanham o caso desde 2011, sendo que existe um inquérito civil instaurado pelo Parquet para apurar possíveis irregularidades.
O serviço de ferry é operado pelo Governo do Estado, através de concessão feita pela União.
E vive um caos instalado desde a gestão de Flávio Dino, que se prolonga até hoje no governo de Carlos Brandão, que recentemente trouxe do Pará uma embarcação, de nome José Humberto, para operar no sistema e que foi retirada de circulação, atendendo recomendação do Ministério Público Federal, por oferecer risco as vidas dos usuários.
Litia revelou que, por se tratar de uma concessão federal, a Polícia Federal já abriu inquérito com o objetivo de apurar diversas denúncias, dentre elas o beneficiamento de empresas mediante o pagamento de propina.
“Não se trata mais de ferry. Vai ser provado coisa muito mais grave. Eu não posso adiantar porque é investigação federal. Mas é muito grave. É algo muito grande e cifras milionárias. Eu sei as pessoas que estão envolvidas e eu tenho muito material, mas não posso divulgar porque estaria violando o sigilo funcional e atrapalhar as investigações […] Isso vai ter consequência penal contra essas pessoas que estão corroendo o dinheiro público “, afirmou a promotora.
Litia Cavalcanti disse ainda que sabe de onde partiu os ataques, patrocinados em alguns veículos de comunicação, contra ela e sua família.
De acordo com a promotora, tudo foi orquestrado em um Poder, cuja sede fica situada na Praça Dom Pedro II, no Centro de São Luís.
“Desde a semana passada eu tenho sido atacada da forma mais vil que eu já fui na minha carreira. E hoje pelo deputado Yglésio. […] Trabalhamos na situação do ferry há quase 11 anos. Trabalhamos durante este período pela licitação. Não que fosse solucionar. Mas é a forma lícita. Criaram este factoide contra mim na Praça Pedro II. Pegam um blog sem credibilidade e replicam no whatsapp. Imaginem como será agora na campanha política. O deputado Yglésio foi covarde e me acusa de corrupção. Quero que ele prove. Não só de agora, mas de toda minha carreira”, finalizou.