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Justiça determina devolução de R$ 141,2 milhões à Emap transferidos no governo Dino

A Justiça Federal determinou que o Governo do Maranhão restitua R$ 141,2 milhões à Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap).

Esse montante foi transferido de maneira indevida para o Tesouro Estadual entre 2017 e 2018, durante o governo do ex-governador Flávio Dino, que agora é ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

O juiz Clodomir Sebastião Reis, da 3ª Vara Cível da Seção Judiciária do Estado, tomou essa decisão com base em uma Ação Popular que questionou a legitimidade da transação financeira.

O juiz ressaltou que os fundos arrecadados pela Emap devem ser reinvestidos nas operações do Porto do Itaqui, tal como determina o Convênio nº 016/2000 firmado entre a União e o Estado do Maranhão.

No decorrer do processo, a defesa do governo Dino argumentou que a transação era válida, alegando que o dinheiro transferido era referente a juros sobre capital próprio e tinha respaldo legal.

Contudo, essa posição foi rebatida pelo juiz, que enfatizou que a Emap não possui a propriedade das receitas portuárias, mas sim a sua administração.

“O Estado do Maranhão não tem razão”, destacou na decisão. “Os recursos portuários devem ser empregados unicamente na manutenção e no investimento das atividades portuárias.”

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que supervisiona o setor, também se manifestou contra a transferência dos valores.

Segundo a agência, o governo estadual utilizou um “método dissimulado” para reter receitas relacionadas ao porto, violando diretamente os termos do convênio com a União.

A quantia foi transferida através de ofícios elaborados pela Secretaria de Estado do Planejamento e Orçamento (Seplan), que argumentou que o capital social da Emap era excessivo em relação à realidade da empresa.

A Justiça, no entanto, concluiu que essa ação feriu o princípio da legalidade administrativa e comprometeu a finalidade pública dos recursos.

A decisão judicial determina que os R$ 141 milhões sejam restituídos à Emap em até 364 dias. A sentença pode ser contestada, e o caso pode ser enviado para avaliação no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

O governo atual do Maranhão, através de um comunicado oficial, informou que ainda não recebeu notificação formal da decisão e, portanto, não se pronunciará sobre o conteúdo até receber a intimação. No entanto, reafirmou seu compromisso com a legalidade e a transparência na administração dos recursos públicos.

O ministro Flávio Dino, que foi governador, ainda não se pronunciou sobre o assunto.

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