A instalação, no senado, da comissão que visa verificar a situação dos ferryboats no Maranhão, e que deveria acontecer em reunião realizada nesta quarta-feira (17), foi adiada para a próxima terça-feira (23). O adiamento se deu em função da senadora Eliziane Gama (Cidadania 23) se contrapor à realização da sessão de várias formas, o que vai prolongar o sofrimento de muitos maranhenses que se utilizam daquele meio de transporte para se deslocarem.
Inicialmente, como “Questão de Ordem”, a senadora, mencionou falhas técnicas de áudio. Em seguida, mencionou o atraso da sessão que, segundo ela, teria tolerância de 30 minutos para acontecer, pelo regimento interno do Senado Federal.
Sobre a questão da tolerância de tempo o senador Roberto Rocha contestou e justificou: Esses dispositivo se aplicam exclusivamente ao plenário, e não às comissões”, manifestou-se.
Como as duas primeiras tentativas não surtiram efeito, foi, então, que Eliziane se utilizou do terceiro pretexto: a representatividade proporcional de outros partidos.
Eliziane tirou proveito, inclusive, da Constituição Federal, para chegar ao seu único intuito, que foi suspender a sessão que garantiria a implantação da comissão que exporia, “in loco” o caos causado pelo ex-governador do Maranhão, Flávio Dino, com o sucateamento dos ferryboats, cerceando toda a baixada maranhense de utilizar o meio de transporte que tira milhares de maranhenses do isolamento.
“O artigo 78da Constituição Federal diz que os membros das comissões serão designados pelo presidente por indicações, escritas, dos respectivos líderes, assegurada a participação proporcional das representações partidárias e dos blocos parlamentares com atuação no Senado Federal.
Dito isso, peço a suspensão desta sessão até que os blocos parlamentares desta casa assegurem a indicação de seus membros nesta comissão”, manifestou-se Eliziane.
Ainda que o presidente da comissão, senador Robert Bringel, afirmasse que a definição de proporcionalidade coubesse à presidência do Senado, e não à presidência da comissão, e, ainda, que tivesse lembrado sobre a importância e urgência da matéria, pela situação caótica por que passa a população do Maranhão, a senadora foi adiante com outros subterfúgios, até que conseguiu o adiamento da sessão.