O fim do embate judicial no STF, com a chancela da maioria dos ministros da Suprema Corte garantindo a constitucionalidade da reeleição da presidente Iracema Vale (PSB), pôs fim a um momento de instabilidade e que incomodava, sobremaneira, o governador Carlos Brandão (PSB) em relação a sua própria sucessão, em 2026.
Uma vitória do deputado dinista Othelino Neto (SDD), sendo alçado à condição de chefe maior da Assembleia Legislativa, representaria não apenas uma derrota para Iracema e Brandão, aliados de primeira hora, como também um cenário nebuloso que, fatalmente, iria se formar e que poderia resultar na perda de poder e posterior derrocada do mandatário do Palácio dos Leões.
A vitória legítima e justa da deputada trouxe não apenas tranquilidade ao campo governista, como tornou Brandão ainda mais dono da sua sucessão, ratificando também um protagonismo já alcançado pela parlamentar e que a coloca como peça chave para o pleito majoritário do ano que vem.
Com uma gestão que ultrapassa 60% de aprovação, o governador detém maioria de apoios políticos em todas as esferas – do Parlamento, passando por todas as Câmaras Municipais e chegando ao movimento municipalista representado por prefeitos e prefeitas.
A alta popularidade, atrelada ao jogo inteligente de atrair aliados para o seu lado, faz com que, qualquer projeto a ser definido por Brandão, tenha grande capilaridade política e chances mais do que reais de obter êxito.
O governador, no seu íntimo, nutre o desejo de renunciar em abril para concorrer ao Senado.
Para isso, precisa desatar um último nó, chamado Felipe Camarão (PT), seu vice-governador e primeiro na linha sucessória.
Caso o petista não aceite renunciar junto com Brandão, o socialista ficará na cadeira para cumprir o mandato até o fim do próximo ano.
E lançará um candidato (a) que carregará consigo as potencialidades já citadas, trabalhando também para fazer maioria absoluta do seu campo na Alema, Câmara Federal e Câmara Alta.
Caso haja um entendimento com Camarão, e este aceite renunciar junto com Brandão, para entrar na disputa proporcional ou até mesmo senatorial, o governador ficará à vontade para ver Iracema Vale ascender à condição de governadora interina, tendo que chamar uma eleição indireta para os Leões em um prazo de trinta dias, a partir da renúncia conjunta, caso ela aconteça.
É neste cenário que a ex-vereadora e ex-prefeita de Urbanos Santos ganhará ainda mais musculatura e protagonismo, podendo ser o nome governista a se eleger e buscar a renovação do mandato.
São conjecturas, cenários que podem, ou não, ser concretizados.
E tudo vai depender de uma conversa definitiva que Brandão e Camarão terão, tão logo, o primeiro retorne de uma agenda institucional no exterior.
Vale aguardar.