O prefeito eleito do município de Nova Olinda do Maranhão, Ary Menezes (PP), foi liberado, nesta terça-feira, 17, após audiência de custódia realizada em São Luís.
Ele estava detido na superintendência da Polícia Federal desde o último domingo, quando se entregou para cumprimento de prisão temporária.
Menezes, antes de entregar-se, gravou um vídeo chorando no qual afirmou ser inocente,
A PF, na quinta-feira, 12, deflagrou na cidade e nos municípios de Cantanhede e São Luís a operação Cangaço Eleitoral, que objetivou desarticular esquema criminoso de corrupção eleitoral através de aliciamento de eleitores e posterior compra de votos, seguido de atos de ameaça e intimidação com cobrança de valores e apoio político em favor de candidato a prefeito indicado pelo esquema.
Menezes, que passou pelo menos três dias foragido, é apontado no inquérito policial como um dos “cabeças” do esquema.
Ele venceu o pleito de outubro, contra a candidata Thaymara Amorim (PL), por uma diferença de apenas dois votos – 5.612 contra 5.610.
Durante a operação, outros três mandados foram cumpridos, além de oito mandados de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE/MA), decorrentes de representação elaborada pela Polícia Federal.
A investigação policial verificou fortes indícios de cometimento dos delitos dos arts. 299 e 301 do Código Eleitoral (compra de votos e intimidação de eleitores), além de outros crimes conexos: art. 158, §1º do Código Penal (extorsão qualificada), art. 1º, inc. II do Dec. Lei 201/67 (Desvio de recursos públicos), art. 2º da 12.850/2013 (constituição de Organização Criminosa), e art. 1º da Lei 9.613/98 (Lavagem de Dinheiro).
O nome da Operação, Cangaço Eleitoral, refere-se ao modo de atuação do grupo, que, para a obtenção do fim desejado, além dos atos próprios da “compra de votos”, se utilizou de um verdadeiro “vale-tudo”, intimidando e ameaçando eleitores e candidato, inclusive ostentando armas.